Edivânia Sousa
A iniciação científica (IC) se caracteriza quando o estudante participa de um projeto de pesquisa oficial. Quem explica esse contexto e suas características é o coordenador de Pesquisa da UEMG – unidade Divinópolis, professor Alysson Rodrigo Fonseca e Silva, que é também agrônomo e biólogo. Segundo ele, o conhecimento científico “tem que ser verificável e passível de verificação; é acumulativo, pois as pesquisas vão se agregando em um determinado tema, um determinado assunto e vão se complementando”.
Além disso, ele observa que os estudantes que participam da IC adquirem diferenciais tanto na vida acadêmica, quanto profissional. “Primeiramente, há uma experiência de produção e investigação do conhecimento, ou seja, com a pesquisa ele estará gerando conhecimento que ainda não se tem. Nesse processo de investigação, geralmente ele melhora o seu desempenho acadêmico e profissional. Portanto, essa experiência é um acréscimo de peso no currículo, principalmente se o estudante visa futuramente participar de uma seleção em cursos de pós-graduação stricto sensu, que são o mestrado e doutorado, nos quais ele estará sendo capacitado para ser um pesquisador. Costumo falar com meus alunos que existem muitos caminhos para a gente obter diferencial no nosso currículo e a iniciação cientifica é um deles”, explica Fonseca e Silva.
E a vivência da pesquisa não gera apenas novos conhecimentos, mas promove influências significativas na vida daqueles que dela participam, conforme comenta Alysson Rodrigo Fonseca e Silva a respeito da sua experiência como orientador.
Do contexto da pesquisa na universidade, também fazem parte os grupos de pesquisa. Eles são compostos por professores pesquisadores, alunos e técnicos que, em torno de uma ou mais linhas de pesquisa, desenvolvem atividades relacionadas à construção do conhecimento. Segundo Fonseca e Silva, os cadastros dos grupos têm “um caráter censitário”, pois são “uma forma de conhecer os grupos de pesquisa que existem no Brasil. Assim, é possível realizar uma avalição qualitativa e quantitativa desses grupos. Qualitativa, conforme o que é possível verificar a partir do que está sendo produzido e qual o objetivo do grupo. Quantitativa, por estar relacionada ao número dos grupos de pesquisa dentro de cada área e o número de trabalhos que são publicados. Esse procedimento também permite um intercâmbio entre os grupos de pesquisa”, complementa o professor.
Alysson Rodrigo Fonseca e Silva explica também que a institucionalização dos grupos nas instituições de ensino, geralmente, tem como principal forma de cadastro o Diretório do Grupo de Pesquisas no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Cnpq), que está vinculado à Plataforma Lattes. Na UEMG, o passo a passo para o cadastro pode ser obtidos na página da instituição (Diretório dos Grupos de Pesquisa (uemg.br).
Outra questão observada pelo coordenador de pesquisa da UEMG – unidade Divinópolis, Alysson Rodrigo Fonseca e Silva, se refere à consolidação da iniciação científica. Segundo ele, isso acontece “a partir do momento em que o trabalho é publicado. Essa publicação pode ocorrer em seminários, congressos e, principalmente, em revistas científicas, que é a publicação de maior peso”. Para isso, é importante observar se a revista é indexada, ou seja, se ela tem registro. “Uma revista indexada significa que ela tem uma qualidade mínima exigida. Se ela não for indexada, não tem o reconhecimento de oficialidade”, explica.
Ao estudante que pretende participar de iniciação científica e de grupos de pesquisa, a recomendação é ter foco e interesse. “Primeiramente, deve-se definir uma área e o que ele quer trabalhar na vida profissional. Depois, o aluno vai verificar se o professor responsável por esse conteúdo dentro do seu curso trabalha com pesquisa científica. Essa iniciação científica pode se dar através de uma oficialização com bolsa, por meio de órgãos de fomento, ou de forma voluntária. Embora não seja órgão de fomento, na UEMG, há o Programa Institucional de Apoio à Pesquisa (PAPq) que disponibiliza anualmente editais anualmente”, complementa.
Outros detalhes sobre a pesquisa e a iniciação científica podem ser conferidos também no programete “Perspectivas”, que na primeira edição da série especial “Pesquisa: a ciência no dia a dia”, contextualiza o cenário e traz explicações sobre os principais assuntos que fazem parte desse contexto.
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